O mundo contemporâneo tem sido palco de um sem número de relações icónicas, umas mais felizes do que outras, mas que, cada uma à sua maneira, foram marcando as nossas vidas e a nossa história. Timon e Pumba, Diana e Carlos, Mickey e Minnie, Trump e Putin, Brad e Angelina, enfim… Da ficção, à fantasia, passando pela realeza ou pelos “bromances” políticos, a lista é extensa.
Na realidade específica em que nos movimentamos existe, porém, uma relação que, ainda que relativamente recente, já mostra ser uma das mais felizes e bem-sucedidas das últimas décadas. Falamos, é claro, da relação que se tem vindo a desenvolver ao longo dos últimos anos entre o Recrutamento e o Marketing.
O Recrutamento e o Marketing são como aqueles colegas de turma medianos, que passaram o curso todo cada um na sua vida, sem se darem muito, cada um com os seus apontamentos e os seus trabalhos, e que depois se reencontram no mestrado, agora já numa turma com menos pessoas, começam a conversar e a perceber que têm linhas de pensamento semelhantes, começam a estudar e a fazer os trabalhos todos em conjunto, e de repente são os melhores da turma, deixam todos os colegas embasbacados com a sua proximidade e com o seu sucesso conjunto, e, no fim ainda criam uma start-up de sucesso, casam, e têm um monte de crianças lindas de morrer. E a verdade é que, ao contrário do que é habitual, esta relação que nasceu por interesse, está (e adivinha-se que assim se mantenha) muito saudável e duradoura.
Mas que relação é esta? O que é isto do Marketing de Recrutamento?
Pois o Marketing de Recrutamento “não é mais do que”, como a própria expressão indica, a colocação ao serviço do Recrutamento, das mais variadas ferramentas do Marketing, com vista não só a aumentar a brand awareness de uma determinada organização enquanto entidade recrutadora, como também, e acima de tudo, a potenciar a conversão de leads, neste caso materializadas em candidaturas.
Costumamos dizer que a necessidade aguça o engenho. Neste caso, a crise que se tem vivido nos últimos anos no setor dos Recursos Humanos, com a crescente escassez de candidatos e o aumento imparável de necessidades de recrutamento, fez com que todos tivéssemos que soltar amarras e começar a explorar novas formas de conseguir não só chegar a potenciais candidatos como também a “convertê-los” com mais eficácia.
A realidade é que, se analisarmos cuidadosamente um processo de recrutamento (apenas até à fase da submissão da candidatura), a sua mecânica, os seus desafios e os seus objetivos são em tudo semelhantes aos da venda de um produto ou serviço. Precisamos de conhecer o nosso target, de saber onde e como é que este se movimenta, de analisar quais os seus interesses e “triggers”, para depois podermos adaptar as nossas ações em conformidade. Ora, se a semelhança é assim tão grande, porque não tentar aplicar as mesmas estratégias e as mesmas ferramentas e ver se resulta?
E não é que resulta mesmo…?
Apostamos em SEO para vender? Então apostamos em SEO para recrutar… Fazemos campanhas de paid media para vender? Então fazemos campanhas de paid media para recrutar… Landing Pages específicas e otimizadas para conversão, retargeting, segmentação de audiências, e-mail marketing, aplicações e estratégias de CRM, blogs, vídeo, dinamização de redes sociais? Vamos a isso! Até os próprios anúncios de emprego, que há uns anos bastava que descrevessem sucintamente a função e enumerassem as qualificações necessárias, hoje em dia, têm de ser alvo de atenção cuidada, com a escolha de um copy criativo e de um layout chamativo, obrigando, uma vez mais, a uma sinergia perfeita entre ambas as equipas.
E a partir daqui já não há volta a dar. Porque a verdade é que, nos tempos que correm, estar no sítio certo à hora certa, com as palavras certas e a proposta certa, é essencial, e é essa a magia do Marketing de Recrutamento.
É óbvio que nem tudo é timing e criatividade. Nos dias que correm, a tecnologia também desempenha um papel preponderante no desenvolvimento destas estratégias, e a verdade é que, para se gerirem de forma eficaz todas estas ações e se escalarem os seus resultados, é essencial que tenhamos à nossa disposição as ferramentas tecnológicas mais adequadas, quer do “lado” do Marketing, quer do “lado” do Recrutamento.
É fácil? Não. Como em todas as relações na vida, exige sacrifício e empenho de parte a parte. Temos que ter em conta que estamos a falar de dois mundos que pouco se tocavam e que “de repente” vivem numa simbiose quase siamesa. Os Técnicos de RH têm que se habituar a contar com os Técnicos de Marketing e com os seus conhecimentos e ferramentas, os Técnicos de Marketing têm que se habituar aos desafios e “meandros” do recrutamento, e as empresas têm que se habituar ao facto de que esta simbiose, que tantos resultados lhe traz, nunca funcionará em pleno sem mãos, sem meios e sem tempo suficientes para que todos estejam em sintonia e para que exista um dimensionamento correto destas equipas, que agora se desdobram.
Fora isso, é irem-lhes organizando as bodas, porque é, sem dúvida, relação para durar.