Não vão longe os tempos em que num processo de recrutamento e seleção, para dar a conhecer a oferta de trabalho através de um anúncio de jornal e começar a recepcionar candidaturas, demorava no mínimo uma semana.
Foi rapidamente que passámos desta forma de recrutar para um tempo em que tudo demora menos de uma manhã. As redes sociais, a globalização e o rápido acesso à informação levam a processos de recrutamento rápidos e tão imediatos que por vezes são pouco amadurecidos por parte do avaliador mas sobretudo por parte do avaliado.
As tomadas de decisão tendem a ser muito rápidas, fruto da necessidade do mercado, e por mais apoiadas que estejam pelas ferramentas de avaliação por vezes falta o tempo de amadurecimento e reflexão, levando a tomadas de decisão pouco consistentes e por isso por vezes goradas.
Contudo, e até agora, o universo de candidatos era constituído por pessoas que assistiram ao processo de transição de metodologias mas não de mentalidades. Para estes candidatos só o processo tinha mudado, pois continuaram a assistir à mesma forma de fazer recrutamento mas em meios de comunicaçào diferentes. O anúncio que antigamente era colocado no jornal passou a ser colocado nos 'sites' de emprego, pois as mentalidades e as metodologias de atração de candidatos mantinham-se.
Aquilo a que assistimos agora é verdadeiramente diferente: uma mudança de geração e, consequentemente, de mentalidade. O atual universo de candidatos já não responde a um anúncio que não tenha por trás um propósito que os faça mover. As decisões nesta nova geração podem ser rápidas, mas em torno de um objetivo e de algo que lhes faça sentido.
As ofertas de trabalho têm de ir ao encontro destas novas necessidades de estar no mercado de trabalho global, onde as redes sociais são utilizadas como 'broadcast' de todo o tipo de informação.
E é este o nosso desafio. Encontrar a forma de fazer movimentar uma nova geração de pessoas muito habilitadas e dotadas, mas que precisam de um propósito para potenciarem as suas enormes capacidades.